Diziam eles que lá pras banda da Capoeira Grande, lugarejo que ficava entre Bom Jardim de Minas e São Domingos da Bocaina,certo fazendeiro aproveitando um trator que foi fazer uma estrada nas redondezas, resolveu fazer um campo de futebol e criou um dos melhores times de futebol de roça que poderia se imaginar.
Os jogadores eram empregados da própria fazenda, que acostumados com a lida diária, eram verdadeiros atletas cheios de saúde e de vigor. Otime não tinha uniforme e jogavam todos descalços mesmo.
Ganhavam de todos os times que se aventurassem enfrentá-los e era só de goleada, vinte a zero, trinta a zero e dai pra frente. Nunca levaram um gol sequer, a zaga e o meio campo não deixavam a bola chegar nem perto da grande área.
O fazendeiro, feliz com a campanha de seu time, resolveu fazer uma festa na fazenda para que todos pudessem compartilhar e ver como era boa aquela equipe, que lhe enchia de orgulho. Matou não sei quantos bois para fazer churrasco, chamou Banda de Música, fogueteiro, fez leilão e muitas outras coisas. Foi em Juiz de Fora e comprou um lindo jogo de camisas, com meias, calções e chuteiras pra seus atletas e aproveitou para levar um time famoso de Juiz de Fora para ser o adversário do seu time no dia da festa.
Pois bem, depois de muito discurso, muito blá, blá, blá.Começa o jogo e pra encurtar o assunto, final do primeiro tempo: Dez a zero para o time de Juiz de Fora.
O fazendeiro “p” da vida foi lá e tomou as camisas, as meias e as chuteiras dos jogadores. Cambada de molezas!... Que vexame!... Ele ficaria humilhado para o resto de sua vida.
Começa o segundo tempo. Todos sem camisa, sem meias, sem chuteiras. Alguns jogando até com a calça arregaçada, pois nem calções tinham. E também pra encurtar o papo, final de jogo: Cinquenta a dez para o time do fazendeiro.
Moral: Sem chuteiras, era só orgulho para o fazendeiro...
N.B.: Voltando aos dias atuais. Esse Flamengo está me enchendo de orgulho... Os jogadores estão unidos, vibrando juntos e com muita garra.
Por Toninho Bolado
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