quarta-feira, 5 de outubro de 2016

ESPN! Racha entre Flamengo e Fluminense fortalece a FERJ.

Fluminense e Flamengo jogarão na quinta-feira, dia 13, às 21 horas, em Volta Redonda, com 90% dos ingressos para os tricolores e 10% destinados aos rubro-negros, como alertávamos ontem via Twitter e no Bate-Bola na Veia, da ESPN Brasil. Mas antes de a CBF confirmar, os mandantes tentaram levar o clássico para o Maracanã e até o estádio do América foi sugerido — possibilidade abordada pelo blog em 29 de agosto.

O campo de Edson Passos foi vetado pelo Grupamento Especializado em Policiamento de Estádios (Gepe), da Polícia Militar, alegando questões de segurança, mesmo com a proposta de torcida única. Havia quem temesse, por exemplo, que rubro-negros cercassem os acessos do estádio na Baixada Fluminense, onde os segudores do Flamengo são numerosos e, no máximo, teriam direito a pouquíssimos ingressos.

A priori o cotejo aconteceria dia 12, quarta-feira, mas a exemplo do Palmeiras, que adiou seu compromisso diante do Cruzeiro para quinta com o intuito de contar com atletas convocados, o Flamengo fez a mesma reivindicação. No entanto o mando é do Fluminense, que obviamente não ficou satisfeito com a alteração de data.

E assim se criou uma pequena novela com a definição do estádio da Ilha do Governador como local até que o Botafogo voltou atrás e vetou tal possibilidade. Além da sugestão de Edson Passos, os tricolores propuseram que o confronto fosse reagendado para 26 de outubro no Maracanã, mas aí foi a vez de a CBF negar.

No começo a ideia era jogar no Rio e quando no primeiro turno os dois foram se encarar em Natal, a ideia era dividir igualmente a Arena das Dunas, o que na prática não aconteceu devido à maior presença de flamenguistas. Imaginando o Maracanã novamente com futebol em outubro, ambos esperavam lá disputar o Fla-Flu seguinte.

Mas o estádio ainda não está liberado pelo Comitê Olímpico e a opção mais interessante era Manaus. Lá cada clube embolsaria R$ 500 mil. Porém, a pouco mais de um mês das eleições presidenciais, a diretoria tricolor não quis jogar no Amazonas ante absoluta maioria de torcedores rivais, o que naturalmente aconteceria.

situação começou a ficar mais embaraçosa, o que vem acontecendo há algum tempo. Há um evidente desgaste na relação entre Flamengo e Fluminense, até porque os dois estavam próximos e unidos contra a Federação, mas a diretoria tricolor assinou o contrato de TV do campeonato carioca, mesmo com a participação da Ferj.

 O Fluminense conseguiu mesclar a negociação pelo Estadual com as luvas pelos direitos de televisão do campeonato brasileiro e explicou isso ao pessoal do Flamengo. Tentou dizer que havia uma necessidade financeira e que o clube não poderia abrir mão daquele dinheiro ante as boas condições obtidas na negociação.

Mas ainda assim isso desagradou pelos lados da Gávea. Tanto que o Flamengo segue se negando a assinar qualquer contrato com a Rede Globo que tenha a participação da Federação do Rio. Nem todos entendem que o poder de fogo, o poderio econômico tricolor é menor e para o Fluminense era mais difícil levar adiante a mesma posição.

Ao mesmo tempo, apoiadores do presidente Peter Siemsen não gostam da postura do Flamengo em situações nas quais os dois clubes precisam conversar. Acham que por terem mais torcida e dinheiro, os rubro-negros não são tão parceiros como deveriam, tentando comandar as situações que envolvem interesses comuns.

O Fluminense tinha como prioridade jogar o clássico no Rio, não gostou quando soube que o Flamengo pediu o adiamento de quarta para quinta, e conseguiu. Acertou com o Botafogo o local e os alvinegros recuaram sob pressão de torcedores e conselheiros, causando muita irritação nas Laranjeiras. Problemas!

A parceria Fla-Flu se enfraquece, os tricolores voltam a ficar em clima ruim com o Botafogo e têm o Vasco como inimigo. A Federação deve estar curtindo. O próximo presidente do Fluminense precisará ser politicamente muito hábil para (re)costurar acordos que mudem tal cenário. Algo fundamental para o sofrido futebol carioca.

Fonte: Mauro César Pereira

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